A dengue tem crescido muito nos últimos ano ao redor do mundo, sendo estimado que aproximadamente metade da população mundial viva em locais de risco de transmissão da doença.
No Brasil, por muitos anos a dengue também vêm crescendo, chegando a centenas de milhares de casos catalogados anualmente. Porém, em 2013, cruzamos a barreira de um milhão de casos, e agora em 2024 estamos em uma que epidemia que já segue em números muito maiores que estes. Sendo assim, de forma geral, quais os principais causadores dessa explosão de casos?
Primeiramente, temos as altas temperaturas. O calor acelera o ciclo de vida do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, encurtando o tempo de desenvolvimento do ovo até o mosquito adulto. Juntamente, temos o El Niño que entre outras coisas, aumenta o índice de chuvas e gera, consequentemente, um maior número de criadouros para este mosquito.
Sendo assim, uma população maior desses insetos é gerada de forma muito mais rápida que o considerado normal e, com mais mosquitos, há possibilidades mais altas de transmissão da dengue.
Outro efeito que pode ser considerado para o avanço dessa epidemia é a presença de todos os sorotipos do vírus da dengue, DENV-1, DENV-2, DENV-3, DENV-4 de forma simultânea no país. Essa circulação, especialmente no caso do DENV-3, que não era identificado no Brasil desde 2008, aumenta a suscetibilidade da população, pois além de novas infecções em pessoas que nunca haviam contraído a doença, a chance de reinfecção, que acontece quando se contraí outro sorotipo da doença, também é maior. Isso acontece porque um sorotipo não gera imunidade contra outro e, quando uma pessoa é infectada pela dengue novamente, as chances da doença se apresentar em formas mais graves são maiores.
Também é importante lembrar que o Aedes aegypti não é vetor somente da dengue, mas também da Zika e da Chikungunya, que são doenças menos prevalentes, mas que também são fatores de preocupação.
Nesse sentido, a prevenção destas doenças ainda tem como meio mais efetivo o controle do Aedes aegypti e isso envolve, de forma principal, o combate direto aos mosquitos para evitar que eles realizem a transmissão dessas doenças. Outra parte importante é o combate às larvas e aos seus criadouros (garrafas, entulho, embalagens), pois assim há a prevenção do desenvolvimento destes insetos em suas formas adultas.
Autor: Otávio Bravim – Especialista Técnico – Sumitomo Chemical